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Android precisa de mais RAM que o iOS. Entende as razões
Por António Guimarães

Android precisa de mais RAM que o iOS. Entende as razões

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Atualmente, não é invulgar ver telemóveis Android com mais RAM que certos computadores. Equipamentos como o Samsung Galaxy S21 Ultra 5G ou Xiaomi Black Shark 5 Pro possuem 16 GB de RAM, por exemplo.

Por outro lado, os iPhones sempre se limitaram na RAM, apesar de garantirem bom desempenho. O iPhone 13 Pro, por exemplo, possui "apenas" 6GB de RAM, com os restantes modelos da gama nos 4 GB. Afinal, porquê esta diferença?

O que é RAM?

Antes de mais, vamos entender o que é a Random Acess Memory ou Memória de Acesso Aleatório. Trata-se de memória temporária volátil para acesso rápido a programas básicos e é uma componente essencial em computadores, telemóveis e outros dispositivos. Existem vários tipos de RAM, sendo que a utilizada nos telemóveis chama-se SDRAM.

Assim sendo, a RAM contém a informação que o teu equipamento está a utilizar no momento. Quanto mais RAM, mais informação o teu dispositivo consegue armazenar como aplicações abertas e o conteúdo das mesmas. Um equipamento com 8 GB de RAM vai conseguir armazenar mais informação do que um de 4 GB.

Por que razão o Android precisa de mais RAM que o iOS?

Existem vários fatores que contribuem para a necessidade de o Android ter mais RAM. Em primeiro lugar, apps Android e iOS são programadas de forma diferente. Afinal, existem apenas alguns iPhones e iPads a sair anualmente, onde todos possuem hardware semelhante.

Como as apps iOS só correm em certos processadores, as mesmas podem ser programadas de forma dedicada ao processador utilizando linguagens nativas (por exemplo: Swift e Objective-C). Essencialmente, o código das apps iOS é compilado em instruções que os processadores Apple entendem sem traduções.

Com o Android, o sistema é diferente. O Android alimenta um número quase infinito de dispositivos, onde cada um tem processadores de diferentes fabricantes como Qualcomm, Samsung e MediaTek.

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Photo by Florian Olivo / Unsplash

Como é impossível programar apps Android compatíveis nativamente com qualquer configuração, as apps são programadas em Java ou Kotlin, sendo posteriormente traduzidas para um código nativo que o processador entenda. A esta linguagem chama-se bytecode.

O bytecode não está associado a nenhum hardware específico, portanto o teu equipamento precisa de converter esse código antes de ser executado. É esse processo que exige memória RAM adicional.

Resume-se a isto: devido à forma como o Android é distribuido por diferentes fabricantes, uma app com o mesmo desempenho em Android e iOS vai necessitar de mais RAM para correr num Pixel do que num iPhone 13.

Cada sistema operativo gere a RAM de forma diferente

No Android, o método de gestão de memória RAM chama-se garbage collection. É um processo que liberta periodicamente processos não utilizados e remove-os, libertando memória RAM.

O iOS utiliza um sistema chamado ARC (automatic reference counting). Este sistema atribui valores númericos aos processos em utilização, baseando-se na quantidade de outros processos referenciados. Este sistema só remove processos quando o valor dos mesmos é zero.

Photo by Tyler Daviaux / Unsplash

Portanto, como o garbage collection só procura por processos não utilizados periodicamente, isso leva a acumulação temporária de informação inútil, que consome RAM extra. O ARC não sofre do mesmo problema pois os processos inúteis são logo identificados e removidos.

Finalmente, o Android é menos agressivo no que toca a fechar processos a correr no fundo do que o iOS. Isto torna-se o Android um sistema operativo mais flexível, mas mais consumidor de recursos.

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