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10 mitos populares sobre telemóveis que não são verdade
Por António Guimarães

10 mitos populares sobre telemóveis que não são verdade

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Tal como outros equipamentos, os telemóveis ou smartphones não escapam a serem alvo de mitos variados. Hoje vamos desmistificar algumas das afirmações que provavelmente já ouviste sobre telemóveis, vezes sem conta.

Apps a correr no fundo, devem ser fechadas para poupar bateria ou evitar que o telemóvel fique lento

Este mito propagou-se na ideia de que o iOS e o Android correm aplicações de fundo para facilitar multitasking. Parece lógico pois quantos mais programas a correr, maior peso no desempenho, certo? Nem sempre.

Nos primórdios do Android, uma das categorias mais populares de apps eram os chamados task killers. Estes programas fecham automaticamente todas as aplicações que estiverem a correr no fundo, afirmando poupar memória e bateria.

A verdade é que os task killers sempre foram inúteis, pois o Android irá sempre fechar uma app automaticamente, em caso de necessidade de memória.

Battery low, let's engage airplane mode! Dark mode and vibration enabled, of course.
Photo by Sten Ritterfeld / Unsplash

Deves deixar a tua bateria descarregar por completo

Este é um mito que persiste até hoje. Surgiu originalmente quando os telemóveis eram alimentados por baterias de níquel cádmio (NiCD). Estas baterias tinham melhor desempenho quando eram descarregadas por completo, antes de voltarem a receber carga. Isto porque possuíam uma "memória".

As baterias modernas não sofrem deste problema, a maioria baseada em íon de lítio. Atualmente, é recomendado é manter a bateria entre os 80% e 20%, para preservar os ciclos.

Bluetooth ou Wi-Fi Direct drenam a bateria rapidamente

O Bluetooth ou Wi-Fi Direct são duas tecnologias que te permitem enviar todo a categoria de ficheiros de um equipamento para outro. Independentemente de qual das opções provavelmente já ouviste dizer que essas funções vão drenar a tua bateria rapidamente.

Contudo, trata-se de um mito. Ter o Bluetooth ou Wi-Fi Direct ligados terá um impacto insignificante na autonomia do teu equipamento. Quando estiveres a transferir ficheiros, naturalmente haverá consumo de bateria, mas não será drástico, principalmente com as versões modernas das tecnologias mencionadas.

Airplane mode is ON! Wi-Fi and Bluetooth are OFF. Let's go!
Photo by Sten Ritterfeld / Unsplash

Especificações de topo equivalem a melhor desempenho

Embora este mito tenha um fundo de verdade, especificações nem sempre são um indicador preciso de bom desempenho. Por exemplo, um equipamento com uma câmara de 64 MP pode tirar fotografias com qualidade inferior a um equipado com câmara de 8 MP.

O mesmo pode ser dito relativamente a processadores. Existem muitas variáveis em jogo, como o software de pós-processamento na câmara, o sistema operativo e até mesmo os hábitos do utilizador.

No final do dia, o desempenho que tiras do teu smartphone está relacionado com a sua utilização, versão do sistema operativo e a eficiência do processador relativo à gestão de memória. Não te deixes enganar pela "guerra" de especificações que as fabricantes utilizam como ferramenta de marketing.

Só deves utilizar o carregador original do telemóvel

Este mito existe quase exclusivamente para o benefício dos lucros das fabricantes de equipamentos. A venda de acessórios representa uma fatia significativa para qualquer fabricante de telemóveis e as mesmas motivam os consumidores a utilizar apenas os carregadores de origem ou a comprar apenas da marca.

A verdade é que qualquer carregador adequado às especificações do teu telemóvel irá servir. O importante é entendermos a diferença entre carregadores de fabricantes de qualidade (como Belkin, Aukey, entre outras) e carregadores super baratos (normalmente oriundos do mercado asiático).

Antes de comprares um carregador, faz uma pesquisa sobre a marca, modelo e especificações, certificando-te que o carregador oferece a quantidade de energia adequada ao teu smartphone. Exemplo: se o teu telemóvel suporta carregamentos até 15W, não precisas de um carregador de 30W.

Lightning USB cables! A whole bunch of those! They are used to transfer data and charge iPhones.
Photo by Mika Baumeister / Unsplash

Carregar o telemóvel de uma noite para a outra arruína a bateria

Este é outro mito que se espalhou desde os tempos das já mencionadas baterias a níquel de cádmio. "O primeiro carregamento deve durar 8 horas" é um conselho que já não se aplica, mas que ainda está na cabeça de muitos utilizadores.

O que acontecia com as baterias de níquel cádmio é que não tinham forma de saber que já estavam com carga completa, sofrendo de sobrecarga. As baterias modernas já são inteligentes ao ponto de saber quando estão a 100% e reduzem ou cortam o fornecimento de energia.

Aplicações da Google Play Store ou Apple App Store são 100% seguras

Mais uma vez, este mito possui algum fundo de verdade. Há mais probabilidade de instalares uma app maliciosa fora das lojas de aplicações, principalmente se não souberes pesquisar fontes externas que ofereçam alguma segurança.

No entanto, não penses que as apps nas lojas da Google e Apple são completamente seguras. Apesar dos filtros de segurança, as aplicações têm acesso à internet e podem transferir malware para o teu equipamento.

O melhor que podes fazer é utilizar bom senso e pesquisares um pouco sobre a app em questão.

Samsung Galaxy
Photo by Rami Al-zayat / Unsplash

Desligar o telemóvel/remover o cartão SIM/ligar Modo de Avião impede-te de seres localizado

Em primeiro lugar, salientamos que exceto se estiveres envolvido em atividades criminosas, as autoridades não estão preocupadas com o que fazes no telemóvel.

Ainda assim, caso estejas preocupado com privacidade, nenhuma das opções mencionadas vai impedir o teu equipamento de emitir ou receber sinais. Muitos equipamentos permitem funções como GPS, Bluetooth ou mesmo Wi-Fi quando em Modo de Avião. Remover o cartão SIM pouco ou nada resolve. O teu equipamento continua detetável por satélite.

A única forma de garantires que o teu telemóvel está "desligado" do mundo é removendo a bateria, a fonte de energia. Contudo, dificilmente conseguirás fazê-lo com um smartphone atual, pois a maioria tem baterias embutidas, impossíveis de remover sem intervenção técnica ou desmontando o equipamento. Em alternativa, podes procurar capas de privacidade.

Função de Brilho Automático vai poupar bateria

A ideia aqui é que o sensor de luz do teu equipamento vai detetar e automaticamente reduzir ou aumentar o brilho do teu ecrã, conforme o ambiente. Na verdade, ter esta opção pode ter um impacto negativo na autonomia do teu telemóvel.

Afinal, o sensor precisa de enviar informação constante ao processador para automatizar o aumento ou diminuição de brilho. Além disso, o sensor nem sempre é certeiro. É aconselhado ficares pelo controlo de brilho manual.

Bugdroid with an Android smartphone
Photo by Denny Müller / Unsplash

O Android é open source logo está mais exposto a falhas de segurança

O software open source é, pela sua definição, aberto. Significa que qualquer indivíduo tem acesso ao seu código e pode alterar a gosto. Contudo, isso não significa que o Android é uma festa para hackers e outros ciber-criminosos.

Na verdade, a parte mais insegura do Android são as aplicações. A possibilidade de instalar aplicações fora da loja centralizada (Google Play Store) faz que equipamentos Android sejam mais suscetíveis a ataques, além de ser o sistema operativo mobile mais utilizado do mundo.

Já a Apple tem uma mão muito mais pesada na sua App Store e não permite instalação de apps fora da App Store (excluindo Jailbreak).

Em suma, não confies nestes mitos. Não terás nenhum benefício em acreditar neles, pois a maioria trata-se de informações desatualizados ou completamente erradas, baseadas em más interpretações.

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