Google Pixel 9 Pro (Review): A nova referência em fotografia, design e IA

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Google Pixel 9 Pro (Review): A nova referência em fotografia, design e IA

Foi no início de agosto que a gigante das pesquisas anunciou a sua mais recente linha de telemóveis topo de gama. Aí ficamos a conhecer um total de quatro novos modelos, o Google Pixel 9, Pixel 9 Pro, Pixel 9 Pro XL, bem como o dobrável Pixel 9 Pro Fold.

Ao longo destas linhas dou-te a conhecer as minhas conclusões sobre o Google Pixel 9 Pro, aquele que será, muito provavelmente, um dos telemóveis do ano e que, desde já, merecerá toda a atenção pelas capacidades demonstradas durante o uso.

Em primeiro lugar, urge dizer que utilizei-o durante cerca de duas semanas como meu equipamento principal. Trata-se, ademais, de uma unidade cedida pela própria Google para efeitos de teste.

O modelo Pixel 9 Pro não é o sucessor direto do Pixel 8 Pro, título que pertence ao Pixel 9 Pro XL. Mais concretamente, este modelo é a versão (relativamente) compacta do modelo Pixel 9 Pro XL. Tem as mesmas dimensões do modelo base (Pixel 9), mas preserva a câmara fotográfica tripla do modelo maior.

Unboxing e primeiras impressões

  • Simples, mas eficaz, uma caixa conscienciosa com os essenciais

A caixa simples, em papel reciclado, conta, mesmo assim, com algum encanto na forma em como tudo está apresentado, além da forma de abertura da mesma.

O interior apresenta o smartphone, um cabo USB-C para carregamento, os guias de iniciação rápida, informações de conformidade e o pino para ejeção do tabuleiro do cartão SIM, nada mais. É, portanto, uma experiência de unboxing simples.

As primeiras impressões são excelentes. O telemóvel é sólido, com bom peso, excelentes acabamentos e sentimos que tudo foi pensado para transmitir uma sensação de boa qualidade e solidez. Em suma, ótimas primeiras impressões.

O Pixel 9 Pro é um dos smartphones mais agradáveis de segurar, mais cativante até que o iPhone 15 Pro na opinião deste vosso autor. O design está mesmo diferente e agradou-me particularmente, uma sólida vitória para a Google.

  • Colocação estranha dos botões físicos (On/Off e Seletor de Volume)

Algo que me causou estranheza foi o posicionamento dos botões On/Off e Seletor de Volume, ambos na lateral direita do telemóvel. Estão bastante próximos um do outro e dei por mim a baralhar várias vezes a sua utilização. Idealmente estariam separados, um em cada lado, para não dar lugar a enganos. A sua qualidade, porém, é excelente, no clique e sensação de durabilidade.

Design e qualidade de construção

  • Premium com um toque brilhante de irreverência

O design dos Google Pixel 9 rompe com a gama anterior, Pixel 8, estando agora mais angulares (ou mais quadrados). Deixamos de ter uma barra, traseira, com as câmaras, algo arredondada, para uma implementação mais angular e menos propensa a arranhões, riscos e possíveis danos nas lentes das câmaras.

Da esquerda para a direita: Tabuleiro para cartão SIM, microfone, porta USB-C e altifalante.

Todo o telefone parece estar mais robusto e, mantendo o vidro (Gorilla Glass Victus 2) e alumínio, a qualidade dos mesmos aparenta ter melhorado. Temos uma lateral brilhante, mas com aparência mais robusta este ano.

Lateral direita e respetivos botões On/Off e Seletor de Volume.

Aliás, após mais de uma semana de uso não deteto microrriscos ou pequenas abrasões, comuns em metais com menos dureza. Ou seja, temos um incremento na qualidade dos materiais utilizados, o que avalio como muito positivos.

Mais ainda, caso queiram e possam, as capas oficiais da Google são um bom investimento, ainda que cerca de 40 € seja já uma quantia significativa. Em todo o caso, oferecem excelente proteção, durabilidade, ergonomia e impecável estética.

Vista interior da capa oficial para o Pixel 9 Pro.

Por fim, destaco como positiva a certificação IP68 (resistência ao pó e à água).

Cores dos Pixel 9 Pro e 9 Pro XL

As cores disponíveis para os telefones Pixel 9 Pro.
  • Quartzo Rosa (um tom de rosa pastel)
  • Porcelana (branco com ligeiro tom bege)
  • Obsidiana (preto)
  • Avelã (um tom de verde acinzentado)

Câmara fotográfica do Google Pixel 9 Pro

  • Incrível câmara fotográfica com excelente versatilidade na edição.
  • Demasiadas opções, com muita IA à mistura, podem dificultar o uso.

O Google Pixel 9 Pro, tal como o 9 Pro XL, está entre os melhores, senão mesmo o melhor smartphone Android para fotografia. Face à geração anterior, temos algumas melhorias na câmara com teleobjetiva periscópica 5X de 120mm, aqui com algumas alterações, bem como na objetiva com ultra grande angular, que foi completamente alterado.

Pormenor da barra com as câmaras fotográficas do smartphone.

A câmara principal é constituída por:

  • 50 MP, f/1.7, 25mm (grande angular), 1/1.31", 1.2µm, dual pixel PDAF, OIS
  • 48 MP, f/2.8, 113mm (teleobjetiva periscópica), 1/2.55", dual pixel PDAF, OIS, ampliação ótica de 5x,
  • 48 MP, f/1.7, 123˚ (ultra grande angular), 1/2.55", dual pixel PDAF

Mais ainda, o sensor frontal também foi alterado, e devo dizer, para melhor no que concerne a gestão de ruído digital e captação de detalhes, agora sem ultrapassar o HDR excessivo que incute nas imagens um aspeto marcadamente artificial.

O novo modo de Panorama noturno é absolutamente brilhante nas capacidades e potencial criativo. Temos também melhorias na captação de vídeo que, sinceramente, pouco testei durante estas semanas.

Vindo de um iPhone 15 Pro, digo que o Pixel 9 Pro iguala na maioria das situações, chegando mesmo a superar o rival em determinados cenários. Por exemplo, o Pixel 9 Pro teve menos problemas com flare de lente, causado quando a luz solar forte atinge a lente e enche a imagem com artefactos pouco agradáveis.

Sinto também que o Pixel lidou melhor com a calibração de cor, onde o iPhone por vezes produzia imagens mais frias do que a realidade. É nesta ciência de cor que dou mais um ponto ao novo telemóvel da Google.

Para os fotógrafos e entusiastas, o Pixel 9 Pro entrega um modo "Pro" na aplicação de câmara capaz de captar imagens com 50 MP de resolução. Já o Pixel 9 entrega, no máximo (à data de redação deste artigo), imagens com 12 MP.

Outro detalhe em que o modelo Pro pode valer a pena é na sua capacidade de gravar vídeos em 8K, ao passo que o modelo base nos entrega vídeo a 4K.

Para retratos, detalhes e pormenores, o Pixel 9 Pro entrega um excelente efeito bokeh, digital é claro, mas bastante convincente ao ponto de um olhar não treinado não suspeitar. É aqui (e não só) que se vê a excelente engenharia da Google nos seus algoritmos de processamento de imagem.

Também aqui temos vários modos auxiliados pela IA, agora de forma ainda mais explícita, merecendo o modo "Adiciona-me" particular destaque. Na prática, o telefone agrega duas fotografias, uma sem o fotógrafo, outra com o fotógrafo.

Para os mais entusiastas temos até a captação de imagens em RAW a 14 bits para extrema versatilidade na edição. A isto somando o seu desempenho noturno e temos aqui um incrível telemóvel para fotografia em pleno 2024.

Apreciei bastante a teleobjetiva de 5x (zoom ótico) pela versatilidade que acrescenta, pois permite aproximar do objeto sem perder qualidade. Aliás, mesmo à noite, esta câmara acrescenta valor, ainda que não entregue tanto zoom como a concorrência (Samsung e Xiaomi).

Gostaria, porém, que a distância mínima de focagem fosse menor, sobretudo para fotografia macro e todos os pormenores a esta associados.

Em todo o caso, esta é uma câmara completíssima, perfeita para entusiastas de fotografia que queiram tirar partido do pleno potencial da fotografia computacional, auxiliada mais que nunca pela IA.

Excelente câmara fotográfica frontal

  • Selfies brilhantes com uma miríade de hipóteses criativas

Particularmente boas são as selfies conseguidas com o Pixel 9 Pro. O hardware de câmara é composto por um sensor de 42 MP, com abertura focal de f/2.2, com distância focal equivalente a 17mm (ultra grande angular).

O utilizador também pode usar esta câmara frontal para aprovar pagamentos com autenticação biométrica - reconhecimento facial - pese embora seja um scan 2D.

Inteligência Artificial (IA) ao nosso serviço neste telemóvel Pixel

  • Grande potencial e grande responsabilidade da Google

O grande bastião - em 2024 - é a Inteligência Artificial - e nenhum outro telemóvel capitaliza com tamanho fulgor este quesito como os Pixel 9. Mas vejamos, em que consiste na prática?

Em Portugal temos o Magic Editor que nos permite explorar a Inteligência Artificial Generativa. Na prática, serve para alterar, substituir ou gerar objetos em imagens no smartphone mediante um nosso pedido específico.

Temos também o Zoom Melhorado (ampliação aprimorada) em que, através de um upscaling convincente, podemos aprimorar parte de uma imagem como, por exemplo, uma escrita ou legenda só parcialmente visível na imagem original.

Temos vários outros pontos em que a IA também se mostra presente e útil como o Video Boost, também aí operando um upscale de 4K para 8K, bem como um mais ágil processamento do vídeo após a sua captação.

Internacionalmente os Pixel 9 integram ainda os modos Pixel Studio, Pixel Screenshot, bem como o Gemini Live, para já, contudo, não disponíveis em Portugal.

Em suma, a implementação de IA da Google apresenta-se, sobretudo, promissora, com alguns "truques" bem convincentes e muitos outros em franco desenvolvimento.

Software: a elegância do Android puro

  • Simplicidade atraente, mas, por vezes, a roçar a ingenuidade

Em primeiro lugar, todos os Pixel 9 contam com 7 anos de atualizações garantidas. De momento, este telefone chega até nós com a mais recente versão, o Android 14.

O sistema operativo no seu estado mais simples e leve. Sem bloatware, animações desnecessárias e funções que só utilizaríamos por engano na maior parte dos dias.

Por outro lado, isto é uma faca de dois gumes, uma vez que alguns utilizadores o podem considerar algo "cru" e despido de uma envolvência que encontramos nas rivais Samsung, Xiaomi, OPPO, OnePlus, Honor e claro, no iOS do iPhone.

Aspeto do ecrã "Home" no Android 14

Pessoalmente prefiro começar com uma "tela" quase em branco e ir acrescentando, consoante a necessidade, mais ferramentas, apps e personalização com base nas minhas exatas necessidades. Estoico, até no uso dos mais soberbos smartphones.

Ainda assim, certos menus como as Definições estão um tanto pobres em cor, ou diferenciação de funcionalidades. Poderia aqui a Google ajudar visualmente o utilizador a encontrar o que pretende de forma mais intuitiva.

Mais especificamente, falta também uma UI otimizada que nos permita, por exemplo, forçar qualquer aplicação para preencher a totalidade do ecrã, preenchendo até a área envolvente da câmara frontal, tal como os demais.

Em suma, a Interface da Google é fácil de entender e dominar, ainda que se possa revelar algo aborrecida para quem procure mais personalização. Em todo o caso, há elegância na simplicidade e merece aqui o meu aval positivo.

Especificações técnicas do Google Pixel 9 Pro

  • Processador: Google Tensor G4 (4 nm)
  • Gráfica: Mali-G715 MC7 GPU
  • Modem: Exynos 5400
  • RAM: desde 16 GB
  • Armazenamento interno: desde 128 GB
  • Ecrã: 6,3'' Full-HD+ LTPO OLED, 120Hz, HDR10+, 3000 nits (pico)
  • Bateria: 4700 mAh a 27 W (cabo) ou 12 W (Qi)
  • Dimensões: 152.8 x 72 x 8.5 mm 
  • Peso: 199 gramas

O Pixel 9 Pro, bem como toda gama de smartphones Pixel 9, conta com o processador Tensor G4 da Google e fabricado pela Samsung. Trata-se de um SoC octa-core a 3,1 GHz no seu poderoso núcleo Cortex-X4 com litografia de 4 nm.

O armazenamento interno base é de 128 GB com memória UFS 3.1, não sendo a mais veloz em leitura / escrita. Porém, temos 16 GB de memória RAM com o padrão LPDDR5X que, na prática, vem balancear bem este telemóvel Google.

Certo é que o Tensor G4 veio superar as minhas expectativas, sobretudo após a publicação dos testes benchmark pouco animadores face à concorrência. Em todo o caso, na utilização diária este telemóvel sempre se mostrou fluído, rápido e consistente a abrir aplicações, jogos mais pesados, além das tarefas mundanas.

Mais ainda, o telefone não apresentou temperaturas preocupantes apesar do verão em Portugal ser, sempre, quente. Sentimos o telefone a aquecer, sobretudo na zona da câmara quando estamos a tirar partido das suas capacidades fotográficas.

Em suma, apesar de esperar mais armazenamento interno num telefone de 1200 euros, o desempenho não desaponta, muito pelo contrário.

Ecrã "Super Actua 2" com todo o brilho

  • 6,3 polegadas com muito brilho e boa definição

O telemóvel dá-nos um ecrã de 6,3 polegadas com resolução 1280 x 2856 pixels (Full-HD+), com uma densidade de 495 pixeis por polegada. Temos cantos arredondados, margens discretas e simétricas para um aspeto bastante polido.

A taxa de atualização da imagem, variável, chega aos 120 Hz neste painel apelidado de "Super Actua Display" com cores a 24-bit (profundidade). É facilmente um dos melhores ecrãs que podem encontrar no mercado, a par da Samsung e Apple.

Temos excelente brilho em qualquer situação, sobretudo ao ar livre quando tal é mais necessário. Está a par dos melhores, com registo preciso e rápido do toque, além de cores excelentes, ângulos de visão impecáveis e bem poupado (LTPO).

Há ainda a salientar o suporte HDR para aplicações de terceiros, para assim podermos ver conteúdos da Netflix, YouTube e outros fornecedores que entreguem este padrão exímio de qualidade no intervalo dinâmico de cores.

Autonomia de bateria e carregamento

  • Bateria de sobra para um dia exigente de utilização

O Google Pixel 9 Pro conta com uma célula energética de 4700 mAh de capacidade, com potência de carga máxima a 27 W por cabo. Já para o carregamento sem-fios, temos carga a 12 W (padrão Qi), ou até 21 W para quem tiver um Pixel Stand, a estação de carga proprietária da norte-americana Google.

Em todo o caso, em cerca de 30 minutos conseguimos ter cerca de 55% da bateria carregada com o cabo incluído e um carregador rápido de 45 W (dos quais o telefone aproveita 27 W). Não é o mais rápido a carregar, mas não é lento.

Em cenário de utilização real, conseguimos mais de 6 horas de ecrã ligado, sensivelmente 6 horas e 20 minutos, com brilho automático, 5G ligado e sem restrições no uso, restou cerca de 15% de carga no final de um longo dia.

Para uma utilização mais equilibrada é perfeitamente possível chegar aos dois dias, já com alguma poupança no tipo de utilização.

Conclusão

  • Seguramente um dos melhores smartphones de 2024

A Google tem nos Pixel 9 telefones de excelência, quiçá 100 ou 150 euros acima do que seria desejável. Em todo o caso, certo é que estes produtos estão já maduros, bem trabalhados, perfeitamente polidos e, pasmem-se, acrescenta algo de novo!

Seja a forte aposta na Inteligência Artificial, seja o design icónico e claro, uma das melhores configurações de câmara fotográfica no mercado. É ágil, cativante e altamente recomendável, com a Google a demonstrar estar no rumo certo.

Assim sendo, atribuo-lhe uma pontuação de 4,5 estrelas em 5 possíveis.

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