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Samsung Galaxy S23 Ultra: será este o melhor Android atual? (Review)
Pedro Alves

Samsung Galaxy S23 Ultra: será este o melhor Android atual? (Review)

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Por cortesia da Samsung Portugal tivemos a oportunidade de testar o novíssimo topo de gama da marca, o Galaxy S23 Ultra. Sendo este um dos equipamentos mais completos do atual mundo Android, será que o podemos considerar como a opção mais viável para quem procura o melhor do mercado? É isso que vamos descobrir.

Design e construção

Apesar de não ser totalmente novo, o design deste Ultra ainda está perfeitamente enquadrado com a atualidade, e prova disso é a sua adoção pelo restante portfólio de smartphones da Samsung, mesmo em gamas mais baixas.

Como qualquer bom flagship que se preze, o S23 Ultra conta com uma qualidade de construção exemplar. Todos os painéis transitam harmoniosamente entre si, sendo praticamente indistinguíveis ao toque as fronteiras entre eles. A traseira em vidro ligeiramente curvo nas laterais encaixa numa moldura de alumínio perfeitamente acabado, e por cima desta está presente o ecrã AMOLED, também ele curvo, no qual reside toda a experiência de utilização do smartphone. As arestas do topo e da base são lisas, e nesta última podemos encontrar a porta USB-C, a gaveta para cartões SIM e o orifício onde habita a S Pen.

O S23 Ultra conta com certificação IP68, contudo, por razões óbvias, abstivemo-nos de a testar, não fosse o azar bater à porta...

Ecrã

Este Galaxy está equipado com um formidável display Dynamic AMOLED 2X com 6,8", taxa de atualização variável até 120 Hz, resolução Quad HD+ (3088 x 1440 píxeis), HDR10+, brilho máximo de 1750 nits e, como é óbvio, suporte a always-on display. Números à parte, importa saber como é que este componente se comporta na realidade.

O ecrã deste Galaxy é muito prazeroso de se utilizar. A calibração de cores foge mais para os tons quentes, como é habitual nos AMOLED da marca coreana. Contudo, é possível ao utilizador alterar a tonalidade a gosto. A fluidez é fantástica, e a sensação de toque digna de um topo de gama. Como bom mandatário da tecnologia AMOLED, os pretos apresentados são muito profundos, e os ângulos de visão deveras alargados.

Desempenho

O Galaxy S23 Ultra utiliza o mais poderoso chip da Qualcomm destinado a smartphones Android, o Snapdragon 8 Gen 2, aqui numa versão personalizada especificamente de acordo com as exigências da Samsung. A unidade de teste a que tivemos acesso contava com 12 GB de memória RAM e 256 GB de armazenamento do tipo UFS 4.0. Ora, perante este rol de características, nada mais é esperado além de um desempenho de excelência. E foi exatamente isso que se obteve.

Durante o tempo de utilização não foi possível observar a mínima quebra de desempenho, atraso ou falha de qualquer espécie. Toda e qualquer tarefa, mesmo que super exigente como jogar, foi executada sem hesitações, e a temperatura atingida pelo equipamento esteve sempre controlada.

Na verdade, não há grandes palavras que se possam mais usar para descrever este aspeto específico. Estamos perante o melhor que a indústria móvel tem atualmente para oferecer em termos de desempenho, logo foi sem surpresas que foi observado um comportamento com isso compatível. Importa acrescentar que, certamente, os anos que se avizinham não irão constituir qualquer obstáculo a esta máquina, a menos que a Samsung se desleixe quanto à otimização das futuras versões de software...

Câmaras

O destaque deste Galaxy vai para o seu sensor principal com 200 MP e abertura f/1.7. A acompanhá-lo, podemos contar com duas lentes de 10 MP destinadas a telefotografia, e uma ultra grande angular com 12 MP. A câmara frontal tem de resolução 12 MP e focagem automática, como é habitual nos topos de gama da Samsung.

Em termos de resultados, vamos começar por abordar o cenário mais rápido de descrever: fotografias com boa luz, principalmente natural. Este é o tipo de captura em que até equipamentos que custam quatro vezes menos que este se saem bem, logo não é preciso muito para concluir que o S23 Ultra passa com distinção neste teste.

Um dos destaques do conjunto fotográfico empregue neste smartphone é a sua capacidade de zoom, graças aos dois sensores dedicados a esta especialidade, que garantem nativamente 3x e 10x de zoom ótico. A par deles está também uma câmara ultra grande angular, que abre o campo de visão até um valor correspondente a 0,6x.

Nos exemplos abaixo é possível obervar quatro fotos do mesmo local, cada uma capturada com um sensor diferente.

O zoom digital pode chegar às 100x, contudo quanto mais se aumenta este valor, mais o resultado se degrada, principalmente quando a luz fica escassa.

O modo retrato faz um desfoque de qualidade e posteriormente personalizável, contudo é possível observar-se uma ou outra inconsistência, como por exemplo nas orelhas.

O S23 Ultra tem também um modo macro, cujos resultados se podem ver abaixo.

A câmara frontal também é capaz de resultados de grande qualidade, e conta até também com modo retrato e noturno, assim como duas opções de ângulos de abertura do sensor.

Quando o sol se põe as coisas mudam de figura, e é neste cenário que toda a tecnologia tem de dar o melhor de si. Ora, neste Samsung pode dizer-se que, em elevada medida, isso acontece.

Antes de terminar este capítulo, importa trazer à baila o elefante no meio da sala: falamos da inteligência artificial e dos seus exageros que por vezes são aplicados nas fotos.

Antes de mais, importa referir que o S23 Ultra permite desligar tal opção. Porém, para quem quer um resultado rico e pronto a partilhar, tal atitude não é aconselhável. Temos de admitir que se nota um abuso em determinadas situações, como por exemplo o céu exageradamente azul ou a relva exageradamente verde, tons que não correspondem à realidade. Contudo, e pondo em perspetiva a utilidade de um smartphone como câmara, isto é desculpável.

Nesta imagem noturna, por exemplo, a vegetação estava totalmente na escuridão. Contudo, o S23 Ultra "calculou" quais as cores a aplicar no resultado final, e acabou por criar uma foto utilizável. Se o smartphone só tivesse capturado o que estava à vista dos olhos do utilizador, a fotografia seria apenas um ecrã preto, e certamente não era isso que se pretendia.

Restantes aspetos

A S Pen continua a marcar presença na gama Ultra, felizmente. Com utilidade questionável para uns, absolutamente imprescindível para outros, a verdade é que existem cenários e tarefas em que esta caneta faz todo o sentido. Contudo, percebemos que quem nunca tenha convivido com ela tenha dificuldade em perceber os seus benefícios. Mas eles existem.

O S23 Ultra conta com uma bateria de 5000 mAh, capaz de carregar com fio até 45W e sem fio até 15W. Tem também carregamento inverso, com e sem fio, que pode ser útil na hora de auxiliar alguém próximo. A autonomia é muito dependente do uso, mas com pouco cuidado é possível chegar confortavelmente ao final do dia sem o smartphone se desligar.

O som stereo é de alta qualidade e o volume atingido é elevado quanto baste. Nota-se por vezes a falta de alguns graves, o que pode justificar-se com a total ausência de distorção, mesmo no volume máximo.

O sensor de impressão digital no ecrã é rápido quanto baste, e não vai desiludir durante a utilização. Este é o método de desbloqueio e proteção mais aconselhado, pois recorre a algo físico do utilizador (a ponta do dedo), ao contrário do simples reconhecimento facial. Aliás, a própria Samsung faz referência a isso na hora de configurar os dados biométricos.

Em termos de software, temos presente o Android 13 a correr sob a interface personalizada da Samsung, a One UI 5.1. A experiência e as ferramentas disponíveis são semelhantes ao que estamos habituados a ver em todos os smartphones da marca, contudo poderia bem evitar-se a presença de algumas aplicações que estão instaladas de origem. Felizmente, não são perceptíveis bugs nem erros incómodos, o que contribui para uma experiência de utilização positiva.

Conclusão

Como topo de gama digno desse nome, o Samsung Galaxy S23 Ultra não decepciona. Quem procura o melhor que o mercado tem para oferecer no que ao Android diz respeito, não tem como ficar desiludido com este equipamento.

Em campos específicos, é possível que existam smartphones mais competentes. Por exemplo, o Pixel 7 Pro é capaz de ganhar em qualidade fotográfica, e o OnePlus 11 tem o mesmo chip a um preço mais baixo. Contudo, temos de olhar para o conjunto geral, e é aí que o S23 Ultra se torna imbatível como um todo, sem concorrência próxima.


Gostaríamos de agradecer à Samsung Portugal pela cedência deste equipamento para análise. Todos os detalhes acerca do Galaxy S23 Ultra podem ser vistos na sua página oficial.

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