Foi em agosto que a Google apresentou a sua linha Pixel 10. A assinalar o décimo aniversário, a empresa procurou marcar a diferença na indústria com uma apresentação fora do habitual, tentando vender os seus equipamentos como uma aposta distinta. Um mês depois foi a vez da Apple que, embora mantendo a sua estrutura controlada de evento, revelou equipamentos com funcionalidades de relevo. Mas será que estas novidades são suficientes para aquilo que a Google pretende, ano após ano, com os seus Pixel, conquistar utilizadores e convertê-los para o Android? Descobre tudo neste comparativo.
Design, construção e ecrã
A Google manteve o seu design icónico, limitando-se a refinar e renovar as cores, enquanto a Apple alterou por completo o design da sua linha Pro. O iPhone passa a ser construído a partir de um único bloco de alumínio, o que garante maior durabilidade, melhor dissipação de calor e um módulo de câmara que se estende pela parte superior, algo que, curiosamente, lembra os antigos Pixel.
Nos materiais, ambos recorrem ao alumínio, mas a Apple acrescenta o Ceramic Shield 2 na frente e o Ceramic Shield na traseira, enquanto o Pixel 10 Pro aposta no Corning Gorilla Glass Victus 2. O iPhone distingue-se ainda por trazer botões adicionais em relação ao Pixel: um botão de ação e outro dedicado ao controlo de câmara. Em peso e espessura, as diferenças são mínimas: o iPhone 17 Pro é apenas uma grama mais leve e o Pixel 0,15 mm mais fino.
Os ecrãs, em termos de tamanho, são iguais nas suas variantes de 6.3 polegadas e oferecem um painel OLED com taxa de atualização de 1 a 120Hz. O Pixel leva pontos por oferecer um pico de brilho máximo, com 3300 nits versus os 3000 nits do iPhone, mas este último apresenta propriedades antirreflexo. Os níveis de segurança são ainda alvo de destaque, já que a do iPhone permite Face ID e o Pixel usa sensor de impressão digital.
Fotografia
A Google ganha em números: o Pixel 10 Pro integra um sensor principal de 50 MP, acompanhado por telefoto e ultragrande angular de 48 MP. Já o iPhone mantém a configuração tripla de 48 MP, mas capta a 24 MP em boas condições de luminosidade. Na câmara frontal, o Pixel oferece 42 MP, enquanto o iPhone fica pelos 18 MP, mas com um sensor quadrado que permite funcionalidades únicas e convenientes.
Apesar de todos estes números, as câmaras são equivalentes em termos de recursos fotográficos, onde o Pixel se destaca no seu 100X Pro Res Zoom. Isto acaba por ser útil já que o sensor telefoto do iPhone permite qualidade ótica de 8x e o do Pixel a 5x. O Pixel apresenta, contudo, um recurso interessante na fotografia, ao ter um Treinador que auxilia no momento de capturar as imagens, dando sugestões em tempo real.
Existe, contudo, uma diferença notória: o vídeo. O iPhone não só apresenta uma solução nativa, indo até aos 4K 120fps, enquanto que a Google ainda tem dificuldade em processar esta resolução em todos os cenários e com movimento, algo que no iPhone é feito com uma perna atrás das costas. O iPhone apresenta ainda compatibilidade com ferramentas e codecs profissionais, onde o Pixel é mais voltado para o consumidor comum.
A Inteligência Artificial
Como referido no ponto acima, o Pixel destaca-se do iPhone pela ampla disponibilidade na Europa das suas funcionalidades de inteligência artificial, com o Gemini a aceder a cada vez mais espaços do telemóvel e até a conseguir traduzir chamadas noutra língua e na voz do utilizador. As suas ferramentas de edição fotográfica estão a anos luz do que a Apple oferece, o que torna este ponto do comparativo dos mais decisivos para muitos.
Processador
Apesar da Google usar os seus Pixel como porta ao seu universo de IA e mesmo que o novo Tensor G5 tenha sofrido melhorias em termos de gestão de energia e poder neuronal local, o iPhone acaba por apresentar um nível de processamento cuja comparação se torna irrisória. É com este processador que o utilizador poderá contar com boa bateria, boa capacidade de captura de fotos e vídeo e respetiva edição, assim como jogar os títulos mais exigentes. Acresce ainda que, perante estas capacidades, o iPhone estará mais preparado para o futuro da Apple Intelligence e na capacidade de conseguir executar grande parte das funcionalidades no equipamento e não num servidor, como acontece com os Google Pixel.
Bateria e carregamento
Na capacidade de bateria, o Pixel leva a melhor com uma capacidade nominal de 4870 mAh versus as 3988 mAh do iPhone 17 Pro. A vantagem, contudo, termina aqui, já que o novo iPhone apresenta maiores velocidades de carregamento, ao contar com 40W de carregamento por fio versus os 30W do Pixel 10 Pro e, apesar de ambos contarem com carregamento Qi2 (Apple MagSafe / Google Pixelsnap), o iPhone 17 Pro atinge 25W via MagSafe enquanto que o Pixel 10 Pro fica pelos 15W no Pixelsnap. Somente o Pixel 10 Pro XL consegue chegar aos 25W, o que diz também muito da gestão térmica entre os modelos Pro da própria Google.
Veredito
Com funcionalidades únicas e diferenciadoras, quer em termos de personalização, segurança, fotografia ou até robustez e integração com ecossistemas, quer proprietários, quer de terceiros, o Google Pixel 10 Pro (e o seu irmão XL), poderão ser o que muitos utilizadores procuram ao oferecer um bocadinho do melhor de dois mundos, especialmente se considerarmos a situação da Inteligência Artificial e o suporte ao português nativo.
Com o iPhone 17 Pro a começar nos 1349,99€ e o Pixel 10 Pro nos 1119,00€, não consigo deixar de acreditar que a Apple apresenta a grande vantagem ao considerarmos o valor e longevidade do equipamento comparado com a oferta da Google. O iPhone, apesar de não contar com as funcionalidades mais catitas, apresenta melhorias e um hardware extremamente capaz e validado ao longo dos anos.