Ano após ano, empresas como a Apple e Samsung, as empresas das massas, apresentam os seus equipamentos. E, entre press releases por vezes desastrosas até eventos que prometem o que não são capazes de alcançar, o primeiro evento da Samsung em 2025 trouxe um grande sabor agridoce e que, efetivamente, reflete-se no próprio nome que a Samsung deu à sua linha S25: Paradigma.

A Samsung já vive, efetivamente, no futuro
É preciso estarmos atentos, e acompanhar o todo para, no caso da Samsung e o seu ecossistema, percebermos que a sul-coreana, de facto, em 2025, já nos entrega o que os primeiros smartphones prometiam: ser autênticos agentes virtuais e artificiais. E isso, meus amigos, enquanto que para uns é extremamente fantástico, para outros é a constatação que, se agora estamos a experienciar o que nos foi prometido há anos, o que mais há?
A resposta ficou clara: se o ano passado a Galaxy AI alavancou exponencialmente as vendas da série S24, a Samsung este ano volta a elevar a barra para o que se faz na indústria. Reparem: a empresa não só integrou o Gemini no seu ecossistema com extensões para as suas aplicações nativas, como a gama S25 usa uma Bixby mais inteligente, e offline, para conseguir entender comandos complexos como os demonstrados pela empresa nas definições ou encontrar a fotografia do objeto X no ambiente Y na data Z. Isto é impressionante! Isto é revolucionário! Mas quando assistimos a tentativas semelhantes no passado e essa agora chega, tentamos procurar mais. Algo que justifique, ano após ano, um preço que, em configuração máxima, chega perto dos 2000€.
O futuro é real
Não é só nestes agentes e numa interface completamente renovada que está a magia. É na forma como a Samsung, ao integrar a rede internacional Matter, consegue, por meio dos dados que tem, controlar o ambiente em que dormimos em tempo real com base nos dados do nosso relógio. Ou de, pelo mesmo relógio e telemóvel, conectar-se ao que temos no nosso frigorifico inteligente e dar-nos receitas para o nosso plano nutricional, adaptar receitas com ingredientes que temos efetivamente dentro do frigorífico e, claro, com a IA, ajustar de forma dinâmica os consumos energéticos de toda a casa. Isto é algo que já existe. Isto já acontece. Não é uma realidade paralela, é algo que uma empresa como a Apple não conseguiu sequer implementar.
Mas este futuro chega ao consumidor?
O futuro não é aborrecido, mas...
... mas o utilizador não é ilimitado em recursos financeiros. E por mais que a empresa tenha apresentado este ano um novo Galaxy Clube, em que se pode subscrever um S25 Ultra, por exemplo, a 30€ (não disponível em Portugal), esta experiência de software está longe de ser apreciada e usada por todos. Não por as funcionalidades serem desnecessárias ou funcionem mal - porque sabemos, de todo, que não é o caso na empresa -, mas porque não as usaremos todos os dias. Não teremos todos os produtos da marca ou produtos da rede Matter. Esta constatação leva ao facto de que, sem melhorias visíveis ao consumidor, a empresa irá ter cada vez mais críticos desta mudança de paradigma.
Há novidades, mas não chegam(?)
Os consumidores pediram mais suporte, as marcas deram (7 anos para a Samsung). Pediram equipamentos mais duráveis, mais capazes. As principais empresas deram! Não deveria ser o suficiente para justificar o preço praticado anualmente? A Samsung diz, efetivamente, que sim. Que o ecrã melhorado e aprimorado e seus novos algoritmos justificam. O novo processador, o novo sensor fotográfico, o aumento da dissipação de calor, o facto de ter criptografia quântica (o primeiro). Até a própria fotografia foi melhorada e com elementos exclusivos aos S25, como finalmente termos um shutter lag aceitável, novos filtros, melhorias em texturas e pele ou até melhor captura em objetos que se movem (a Samsung era terrível nisto). Isto não deveria ser suficiente?
Na minha opinião, sim. Com um telemóvel antigo, este investimento resulta em algo que me dará, em teoria, até ao ano 2032 com as atualizações. Mas quando temos concorrência chinesa que quase que anualmente nos dá melhorias, existe um desequilíbrio que a Samsung está a provocar. Ao entregar uma experiência focada 90% em software e 10% em hardware, o consumidor tem dificuldades em ver o real valor do equipamento e isto, para nós, que compramos, é terrível. Especialmente quando as gamas S24/S25, S24+/S25+ mal são atualizados em atributos que os consumidores, realmente, usam, como câmaras.
As marcas chinesas estão longe do software que a sul-coreana oferece, mas no fim do dia o utilizador quer saber de melhorias expressivas no dia a dia, como novos sensores, nova capacidade de bateria e até nova fabricação da mesma e velocidade de carregamento. O engraçado? A própria marca sabe-o, ao ter feito uma versão exclusiva chinesa e coreana do Fold 6, o Special Edition. Ela sabe que os consumidores nesses mercados querem isso, aquilo que esquece é que as marcas que levam essa abordagem estão também no ocidente e não só o consumidor tem mais escolha, como mais consciência.
É o futuro invisível?
Esta gama é má? Na minha opinião, não. É significativa ao consumidor comum: não. Por mais que queiramos todo este futuro, uma vez que alcançá-lo implica, em muitos casos, mais investimento ou simplesmente uma vida que nos leve a usar os diversos recursos de IA, a empresa tem inovado pouco no campo do hardware e, para os saudosos que constantemente criticam a marca em comentários dos grupos do Facebook, isto consegue tornar cada lançamento aborrecido porque a evolução que existe agora e nos foi prometida há décadas parece tão irrealista que procuramos desesperadamente algo mais palpável e que justifique a nossa própria existência e dependência tecnológica.
O certo é que, em 2025, o futuro existe e está nas nossas mãos, quer estejamos preparados para o que isso significa ou não.

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