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Os prós e contras de todas as interfaces Android
Diogo Simões

Os prós e contras de todas as interfaces Android

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As marcas Android são diversas e, quer se fale de uma Samsung ou Xiaomi, cada uma delas tem uma personalização própria àquilo que se designa como experiência de "stock Android". Isto é, a versão pura do Android, AOSP (Android Open Source Project) e que está longe de ter as funcionalidades e refinamentos que as empresas, que não a Google, fazem antes de entregar uma atualização ao consumidor.

Apesar destes níveis de personalização de marcas tão díspares como a Sony ou a Oppo, a versão base do Android está sempre presente, sendo que o que difere é o aspeto aos olhos do consumidor. São especialmente usadas como identidade de marca e também uma forma de diferenciar o equipamento de uma Nokia do de uma Samsung, por exemplo. Infelizmente, e apesar de muitas destas interfaces trazerem boas funcionalidades, outras são carregadas de aplicações pré-instaladas ou de até publicidade.

O stock Android

Stock Android, ou versão pura do Android, refere-se, como indiquei em cima, à versão AOSP. É em cima desta versão, construída pela Google e que vai incorporando diversas funcionalidades exteriores (como o Android 13, que dará suporte a esta versão stock do Bluetooth de Pouco Consumo), que as outras fabricantes vão construir a sua experiência.

Esta versão é facilmente encontrada em equipamentos da Nokia e que oferecem a experiência mais perto da stock de que qualquer outra marca. Antigamente a própria Google lançava equipamentos com esta versão: os Nexus, mas que acabou por ser descontinuada para dar lugar à linha Pixel.

O que se destaca desta versão?

Desta versão destaca-se o facto de as atualizações serem rápidas, mas acaba por ser uma experiência bastante "sem sal", visto que as funcionalidades que adoramos na maior parte dos equipamentos Android não farão parte. Acaba por ser uma experiência minimalista, mas às custas de originalidade ou de funcionalidades animadoras. As principais funcionalidades são o menu de aplicações, o esquema de notificações, as definições do equipamento e o que a Google for adicionando ao AOSP.

Pixel UI, da Google

Photo by Adrien / Unsplash

Foi talvez pelo Android 12 que os consumidores realmente compreenderam que o que viam a ser anunciado como presente no Android 12 - nomeadamente os widgets e a personalização de ícones - fazia mais parte da interface do Pixel do que da versão AOSP do Android. Fez os consumidores perceberem que os equipamentos Pixel, mesmo sendo da Google, têm uma interface única e com diversas funcionalidades exclusivas.

O que se destaca desta versão?

Apesar das funcionalidades exclusivas, a experiência acaba por se assemelhar muito à versão stock Android. Não existe uma grande divergência como encontramos em interfaces da Oppo ou Samsung, mas existe o fator das atualizações, que é mais rápido do que qualquer outra marca. Na verdade, a Google promete atualizações de segurança até cinco anos para equipamentos com a Pixel UI e três anos de atualizações de sistema operativo.

Das principais características temos as diversas funcionalidades de câmara, quer a nível de fotografar quer na edição de imagens, assim como algumas personalizações mais desenvolvidas. Isto vem às custas de uma interface que não tem muita originalidade, que não irá agradar a utilizadores que queiram jogar nos equipamentos ou usar como ferramenta de trabalho, e acaba por não ter tantas funcionalidades como outras interfaces.

One UI, da Samsung

Samsung Galaxy S10
Photo by Christian Wiediger / Unsplash

Sendo a fabricante mais conhecida, quer muitas a admirem ou odeiam o que faz aos seus equipamentos - por na Europa termos um processador conhecido por ser mais fraco -, a interface da sul-coreana tem permitido à empresa ser a marca mais popular.

Com um elevado nível de personalização, quer pela fabricante, quer do que a fabricante permite aos consumidores, a interface poderá deixar alguns perdidos ou então que metade das suas funcionalidades passem despercebidas. O certo é que são diversas as funcionalidades que a Samsung acrescente à experiência stock. Algo que começa com o aspeto geral, quer às aplicações proprietárias instaladas pela empresa. Apesar da maior parte delas serem removíveis, muitos podem não gostar de encontrar todas as aplicações já instaladas.

O que se destaca desta versão?

A Samsung tem-se tornado na melhor empresa no que toca às atualizações, tendo sido a mais rápida a disponibilizar o Android 12 (após a Google) e de oferecer quatro anos de atualizações de sistema operativo (mais que a Google) e cinco anos de atualizações de segurança.

A interface destaca-se pelo grande poder de personalização e pelas funcionalidades de câmara, como o modo Single Take, ou da parceria que tem com a Microsoft e redes sociais e que permitem uma experiência de ecossistema ao estilo da Apple. Isto leva a que a interface não seja tão minimalista quanto a versão stock e o utilizador possa encontrar muitas aplicações que não vá usar.

A MIUI, da Xiaomi

Tendo ficado conhecida pelas suas parecenças descaradas ao iOS, a Xiaomi tem vindo a tentar encontrar a sua identidade de marca ao oferecer uma experiência mais consistente e que possibilita a escolha. Exemplo é o voltar da gaveta de aplicações, ausente nas primeiras versões, e de funcionalidades que se tornam semelhantes ao que encontramos em qualquer outro equipamento Android.

O que se destaca desta versão?

Com semelhanças ao que se encontra na interface de uma Samsung, por exemplo, encontramos diversas funcionalidades e, claro, aplicações pré-instaladas. Como a empresa se classifica como recolhedora de dados e não uma empresa de hardware, será comum encontrar-se anúncios e parcerias com outras empresas nos equipamentos. Exemplo disso é também a integração com alguns produtos da Microsoft.

No que toca a atualizações a empresa não é das que mais rápido atualiza os seus equipamentos (a empresa demorou 104 dias a atualizar para o Android 12, ficando em último), e o consumidor não poderá encontrar muito foco em privacidade e terá de lidar com os anúncios na interface. Destaca-se, contudo, por ter uma funcionalidade parecida à da Apple, que é o Centro de Controlo, que mostra ao utilizador todas as notificações e informações que possam ser relevantes.

A Oxygen OS, da OnePlus

OnePlus 7 Pro
Photo by Yu Hai / Unsplash

Inicialmente comercializada pela OnePlus como uma interface extremamente semelhante ao Android Puro, a Oxygen OS rapidamente começou a parecer-se mais com a interface da Samsung, em especial com as últimas atualizações. Não obstante esta mudança de paradigma para a marca, o facto desta empresa e da OPPO pertencerem à mesma empresa-mãe, levou a que a Oxygen OS e a Color OS sejam cada vez mais parecidas.

A interface da OnePlus ainda se mantem com alguma identidade, não propriamente pelo que se vê, mas pelas optimizações feitas pela fabricante.

O que se destaca desta versão?

A OnePlus procura dar sempre atenção a todos os detalhes, algo que se caracteriza por animações bem desenvolvidas e uma interface responsiva. Não tendo tanta aplicação pré-instalada como concorrentes, esta interface do Android destaca-se pela sua simplicidade, apesar disto vir aos custos de pouca personalização.

Das funcionalidades mais interessantes destaca-se o Modo Zen - que chegou a outras marcas e ao próprio Stock Android -, ao permitir a que o utilizador se afaste do telemóvel para focar numa tarefa ou descanso. A empresa oferece ainda uma boa personalização no seu always-on display e, recentemente, filtros únicos no processamento de imagem da câmara. Isto acontece, claro, pela parceria com a empresa Hasselblad. Infelizmente a empresa já não ocupa o lugar de destaque no que toca a atualizações, sendo que demorou 63 dias até disponibilizar o Android 12.

A Color OS, da Oppo

Apesar da empresa se estar a aproximar do oferecido pela OnePlus, a Color OS tem uma abordagem de personalizar tudo e de dar ao consumidor aplicações proprietárias e funcionalidades extra às encontradas no stock Android.

O que se destaca desta versão?

A Color OS destaca-se pela sua personalização em cada detalhe do sistema operativo e que dá ao utilizador diverso controlo no always-on display, ícones e sons. Existem ainda diversas aplicações proprietárias e que visam substituir as ofertas da Google. Apesar disso, encontramos diversas aplicações pré-instaladas e nem sempre a melhor fluidez.

No que toca a atualizações, a Oppo está longe de ser alvo de destaque, tendo demorado, para comparação, 57 dias a atualizar os seus equipamentos. Não deixa, contudo, de ser interessante, visto que sendo mais pesada que a Oxygen OS, chegou mais cedo aos consumidores.

A Zen UI e a ROG UI, da Asus

Com equipamentos para o consumidor padrão e outros desenhados para quem gosta de jogar, estas personalizações destacam-se por uma aproximação ao Android puro.

Todavia, e enquanto a Zen UI procura uma abordagem minimalista, simples e leve, a ROG UI eleva a experiência ao mostrar-se mais virada para os jogadores, não só com as suas funcionalidades, como na interface gaming.

O que se destaca desta versão?

As interfaces da Asus garantem não só uma boa experiência e optimização, ao mesmo tempo que entregam uma interface livre de aplicações desnecessárias. Apesar de não terem tantas funcionalidades como as ofertas da Samsung e Oppo, esta tem funcionalidades interessantes ligadas à bateria, por forma a proteger a vida útil da bateria e a sua longevidade, ao mesmo tempo que oferece o Game Genie, que eleva a experiência de jogo ao permitir diversas personalizações na hora de jogar.

Infelizmente a Asus não tem a melhor fama no que toca às atualizações, tendo disponibilizado a primeira atualização do Android 12 no final de dezembro, sendo que atualmente não atualizou ainda todos os modelos prometidos na sua política de dois anos.

A Xperia UI, da Sony

Apesar de não estar disponível em Portugal, a interface da Sony é mais um exemplo de skin idêntica à experiência de Android Puro. Isto, claro, torna a oferta da Sony leve, simples e estável. Contudo, estamos longe de ter os níveis de personalização e de funcionalidades de uma One UI.

O que se destaca desta versão?

Apesar de oferecer uma experiência stock, a Sony tem funcionalidades únicas de cuidado de bateria, um painel lateral que aparece ao reagir-se ao toque, e aplicações de câmara, som e jogo que elevam a experiência do consumidor - especialmente o profissional.

Todavia, estamos longe de encontrar atualizações empolgantes, sendo que a empresa promete somente dois anos de suporte e, com o Android 12, demorou 96 dias a disponibilizá-lo aos consumidores.

E vocês? Qual a vossa interface de Android preferida?

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