É impossível ignorar o momento atual do mercado dos dobráveis em Portugal. A Samsung já cimentou a sua posição com os Galaxy Z Fold e Flip, a Honor tem feito um trabalho notável com a linha Magic V, e até a Motorola regressou com força, fazendo chegar os novos Razr ao nosso mercado. Há uma nova energia no ar - e, ao contrário de anos anteriores, desta vez não está a ser alimentada apenas pela Samsung.
Mas há uma marca que continua ausente nesta equação: a Google.

Se há momento ideal para a Google lançar oficialmente o seu dobrável Pixel em Portugal, é agora. A categoria está a crescer, o interesse dos consumidores é real, e há vontade genuína de experimentar novas propostas. A ausência da gigante de Mountain View começa a ser não só estranha, mas cada vez mais difícil de justificar.
Sim, o Pixel Fold original podia ter a desculpa por ser uma primeira tentativa. O produto estava longe de perfeito, e a distribuição foi limitada a um punhado de mercados. Mas estamos em 2025. A Google tem no mercado já há um ano a segunda geração (Pixel 9 Pro Fold), que melhorou significativamente o hardware e o software, e expandiu o número de países em que o equipamento está disponível - sobretudo na Europa. E ainda assim, Portugal continuou de fora.
Isto não é apenas uma questão de orgulho nacional ou de querer tudo o que os outros têm. É uma questão de oportunidade - para a Google, para os consumidores e para o mercado nacional. O Pixel 10 Pro Fold (ou como se vier a chamar) já não será um conceito experimental. Apresentar-se-á como um produto maduro, bem construído, com um ecossistema que tira partido do formato dobrável de uma forma que poucos conseguem. A Google fazendo o que melhor sabe fazer: desenhar uma experiência fluída, integrada, em que o hardware e o software falam a mesma língua.
E posso dizê-lo com conhecimento de causa: testei o atual Pixel 9 Pro Fold durante várias semanas e fiquei extremamente bem impressionado. Pela leveza, pelo design fino, pelo multitasking quase perfeito, pela naturalidade com que o Android se adapta ao formato. O Pixel 9 Pro Fold é, neste momento, uma das propostas mais equilibradas do mercado e seria uma lufada de ar fresco ver o sucessor chegar ao mercado. Quanto mais oferta o consumidor tiver à disposição, melhor. É sobre isto.
Portugal já mostrou que responde bem à inovação. A aposta nos dobráveis está a crescer, as marcas estão a investir, e os consumidores estão cada vez mais curiosos. A Google tem nas mãos um produto competitivo, desejado, e com um potencial imenso para se destacar se quiser jogar o jogo.
Mas para isso, tem de entrar em campo.