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Será que precisamos mesmo de um Android topo de gama?
Pedro Alves

Será que precisamos mesmo de um Android topo de gama?

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Nos últimos anos temos assistido a uma tendência constante de aumento no preço dos smartphones, mais acentuada nos modelos de topo. Parece que ainda ontem achávamos surreal um equipamento deste género vir um dia a ultrapassar os 1000€, mas hoje tal coisa caiu numa banalidade tal que já nem é alvo de qualquer tipo de crítica ou comentário. A possibilidade dos clientes acederem facilmente a créditos ou programas de retoma acaba por ajudar nos bons resultados de vendas a que assistimos, lançamento após lançamento.

Indiscutivelmente, a compra de um flagship traz consigo alguns benefícios associados: melhores câmaras, ecrãs e processadores, extras como canetas ou ecrãs dobráveis, e ainda mais tempo de suporte e atualizações. No papel, tudo parece valer a pena, e a imensidão de especificações dá a sensação de se pagar a si própria. Mas será que isso é verdade?

Com a subida dos preços dos Androids de topo, começou a surgir também um novo segmento: o dos smartphones de alta gama, chamemos-lhes assim, que garantem experiências de utilização muito acima de média, mas por uma fração do preço pedido pelos seus irmãos que estão no topo da pirâmide. Esta vaga de aparelhos muito interessantes faz-nos pensar: será que isto não é suficiente? Será que precisamos mesmo de um Android topo de gama?

Peguemos em três exemplos atuais: o Samsung Galaxy S23 Ultra, o Xiaomi 13 Pro e o Pixel 7 Pro. Cada um tem os seus prós e contras, mas em comum está o facto de todos eles terem pretensões de elevar a experiência móvel a um novo nível. Porém, essa expectativa tem um preço: entre 800 e 900€ para o Pixel, e entre 1300 e 1500€ para o Samsung e o Xiaomi.

Claro que estamos a falar de smartphones de elevado desempenho, capazes, em muitos cenários, de se tornarem no único dispositivo necessário no dia a dia, com potencial para substituir um computador ou uma consola de jogos. Se faz sentido ou não um telemóvel tomar esses lugares, é uma discussão para outro dia. O que está aqui em causa é que esse potencial exsite. As tarefas mais básicas não são deixadas ao acaso, mas isso é irrelevante para a imagem que os equipamentos de topo pretendem passar.

Abaixo destes modelos temos então os de alta gama, ou os topos de gama mais baratos, se assim preferirem. Falamos de aparelhos como o Pixel 7 ou o OnePlus 11, que carregam consigo muitas características dos seus irmãos mais caros, mas com uma etiqueta de preço mais simpática, por norma entre os 600 e os 800€.

Para pesarem menos na carteira, tais smartphones prescindem de determinadas características, como por exemplo câmaras extra e ecrãs de grandes dimensões, ao mesmo tempo que veêm a quantidade de RAM, armazenamento ou a capacidade da bateria serem diminuídas. A qualidade de construção também pode sofrer um pouco, mas nem sempre.

Agora a questão que se impõe é: serão estas cedências suficientes para inviabilizarem completamente a compra de smartphones como o Pixel 7 ou o OnePlus 11? Claro que não. Se tivermos em conta a poupança que isso implica, mais certos desta resposta ficamos. Podemos ainda acrescentar mais itens a esta lista, tais como o Asus Zenfone 9 ou os modelos FE da Samsung.

Cabe aos fabricantes alimentar corretamente este nicho de mercado, pois se o fizerem o sucesso está garantido. Uma experiência de topo por um preço simpático é tudo o que os consumidores podem desejar, e tal é possível com algum esforço e vontade por parte de quem é capaz de materializar esta receita.

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