Sempre que detetamos a presença de vírus ou outro género de software malicioso num dos nossos aparelhos eletrónicos, sejam eles computadores, tablets ou smartphones, o primeiro pensamento que nos surge é: "vou apagar tudo e matar o mal pela raiz". Mas será esta a solução mais efetiva para o problema?
Todos concordamos que o restauro de fábrica, vulgo reset, não é algo que se possa fazer de ânimo leve. Este ato provoca a perda de toda a nossa informação, ficheiros e definições, implicando assim horas de trabalho posterior para voltarmos a configurar e a instalar tudo à nossa maneira. No entanto, em teoria, todos os vírus desaparecem também. Mas nem sempre isso acontece.
Mas, afinal, o que faz o restauro de fábrica?
Como o próprio nome indica, este procedimento reverte o smartphone para o estado em que estava logo após ter ser fabricado; é apagada então toda a informação, sem qualquer exceção, incluindo aplicações e ficheiros de sistema. O que sobra são apenas definições standard e aplicações pré-instaladas no firmware original.
Então, já que quando o smartphone saiu de fábrica não tinha vírus, deixa de ter após o reset, certo? A resposta é sim, mas podem haver exceções.
Existem vírus que sobrevivem ao restauro de fábrica?
Os vírus e todo o tipo de conteúdo malicioso estão em constante evolução: o mundo do cibercrime não para... Assim, estão sempre a ser exploradas novas formas de infiltração, e novas máscaras de forma às más intenções passarem despercebidas ao olhar do utilizador comum. Posto isto, há basicamente três formas dos vírus sobreviverem ao regresso ao estado de origem:
- Quando há a presença de um rootkit, que é um software malicioso que ataca diretamente a raíz do sistema operativo e garante acesso privilegiado a uma área não permitida do mesmo. Quando um rootkit é instalado com sucesso, o cibercriminoso que o plantou tem acesso de administrador a todo o sistema sem sequer ser detetado.
- Muitos utilizadores criam uma cópia de segurança (vulgo backup) dos seus dados antes de fazerem o reset, para depois ser possível restaurar a mesma e ter de novo o equipamento igual sem perda de tempo. O problema surge quando o próprio backup está infetado... Ao ser reposto no smartphone, já estão a imaginar o que vai acontecer...
- Pode dar-se o caso de periféricos utilizados frequentemente com o smartphone servirem de abrigo a vírus, o que faz com que, ao serem conectados novamente após o restauro de fábrica, reinstalem o software malicioso vezes e vezes sem conta.
Antes de executarem um restauro de fábrica tenham então em conta que este é um processo irreversível, que depois de iniciado não pode ser travado; devido a isso, deve ser encarado como a última solução, pois não há totais garantias que o mesmo resolva o problema que têm em mãos.
De forma a minimizar o risco de infeção por vírus, assegurem-se de que adotam comportamentos preventivos proativamente durante a utilização diária, tais como: manter o equipamento atualizado, instalar apenas aplicações de fontes fidedignas, não abrir anexos desconhecidos em nenhuma aplicação, e se possível usar um bom antivirus.
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