Foi no Havaí que a Qualcomm revelou, não só uma nova nomenclatura, como a detalhou em números impressionantes ao revelar o Snapdragon 8 Elite Gen 5. Com o primeiro equipamento comercial a ser o futuro Xiaomi 17 Pro, a empresa americana revelou, numa apresentação com elementos de diversas fabricantes, como Google e a Samsung, números promissores e a garantia de que é o processador mais rápido do mundo.
Qualcomm SM8850(8Elite Gen5) Dieshot
— Kurnal (@Kurnalsalts) September 25, 2025
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O que significa este processador para os topos de gama?
Foi com um vídeo apelativo que a empresa revelou como o novo processador é 20% mais rápido no seu desempenho single-core, 17% mais rápido no multi-core e, com isto, consegue ser 35% mais eficiente em termos energéticos. Isto leva o processador a ser 32% mais respetivo e com uma GPU 23% mais rápida com um ganho de 20% no consumo de energia. Isto habilita um ray tracing mais rápido, com melhorias nos 25%, o que torna o equipamento com este processador uma autêntica máquina para jogos, onde a eficiência se alia a maior capacidade de manutenção de performance e de frames. Este suporte ainda o Unreal Engine 5.
Isto tudo possível, claro, graças aos CPU Oryon de terceira geração. Estes têm uma frequência máxima de 4,61 GHz (2x 4,61 GHz + 6x 3,63 GHz) e, a GPU Adreno com velocidade de relógio de 1,2 GHz e 18 MB de memória dedicada Adreno High Performance.

Obviamente que a inteligência artificial é destaque, com uma NPU 37% mais rápida, o que se traduz num desempenho 16% por watt. Isto permite velocidades 30% mais rápidas na inferência de IA. Isto habilita uma Agentic AI que é proativa e, localmente, vai conhecendo mais do utilizador e ajuda-o nas suas tarefas, incluído até em publicações do Instagram. Esta ambição foi igualmente seguida pela promessa da Samsung de apresentar uma Ambient AI que ajuda o consumidor de forma silenciosa, nos bastidores do equipamento.

Um telemóvel não é nada sem conectividade e aqui a empresa revela uma eficiência de 40%, o que torna o processar 16% mais eficiente em termos energéticos. Este suporta assim armazenamento UFS 4.1, QuickCharge 5 e celocidades até 12,5 Gbps em download e 3,7 Gbps em upload com o modem Snapdragon X85 e sistema de conectividade Qualcomm FastConnect 7900.
Números à parte, é o primeiro processador a suportar o codec de vídeo da Samsung, o APV. Este suporta ainda o Dragon Fusion Video com pipeline de vídeo computacional para vídeos com máxima qualidade e com um ISP triplo de 20 bits.
O que já sabemos comparativamente a outros processadores?
Por aquilo que podemos saber graças ao Android Authority e com base no modelo de referência da empresa, os números que vos despejei em cima são animadores e para as possibilidades do ecossistema Android:

O núcleo principal atinge até os 4,6 GHz (onde o modelo passado chegava aos 4,32 GHz), enquanto os núcleos de performance chegam aos 3,62 GHz. Isto permite-nos perceber os ganhos de 19% que existiram nos testes feitos no Geekbench 6. Face ao Snapdragon 8 Gen 3 (e que esteve, por exemplo, presente no S23 Ultra), os ganhos são de 65%. No que toca aos rivais, o novo Snapdragom fica inclusive à frente do novo A19 Pro, da Apple.

No desempenho single-core e pelos testes, este manteve-se muito próximo dos processadores ARM da Apple com uma diferença inferior a 1%.

Nos testes 3DMark os ganhos medidos ficaram entre os 15 % a 18 % o que se torna abaixo dos 23 % anunciados pela empresa. Quando comparado ao OnePlus 13, o novo processador mantem a vantagem nos testes de gráficos e ray tracing.

Todavia, nos testes de stress prolongados (Wild Life Stress Test), o desempenho degrada-se bastante: após várias execuções, cai para cerca de 58 % do pico de performance.

Na IA, os benchmarks apresentam melhorias que variam pela tarefa, onde a classificação de imagens melhora a 19% e a segmentação pode ter aumentos até 55%. Uma novidade este ano é que a CPU suporta SME (Scalable Matrix Extension), o que pode permitir executar tarefas de IA diretamente nela, nas situações em que a NPU não é usada.
Existe um grande mas...
Apesar dos números, promessas e resultados impressionantes, importa sublinhar que estes testes foram realizados em equipamentos de referência, criados pela própria Qualcomm e com especificações de topo. Caberá agora a cada fabricante integrar o chip nos seus modelos e tirar dele o máximo proveito. Algumas funcionalidades poderão nem sequer estar disponíveis em todos os smartphones que o adotarem, mas uma coisa é certa: a era em que a Apple dominava isoladamente no desempenho dos processadores chegou ao fim, e os ganhos para o consumidor são significativos.